quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

a vida é complicada...dizem as comadres!!! XIV




olhe comadre desculpe mas não gosto de perder o meu santo tempo, tenho que ter sempre as mãos ocupadas, sim que eu não sou de intrigas, nem de falar da vida dos outros já me bem basta a minha, esta vinda ao médico foi mesmo só porque tenho andado com uma azia que nem queira saber...ah pois! e sabe porquê, no domingo fui à minha sogra que toda solicita nos deu de jantar, não é que me fez um mal dos diabos, desconfio que lhe deitou alguma coisa, a ninguém fez mal senão a mim...
- então o que espera a comadre ela nunca gostou de si! lembro bem das coisas que dizia a seu respeito...
- pois comadre, mas o que lá vai lá vai, a velha não gosta de mim, e tem razão que eu também não gosto dela! ora...
- há que Deus que o filho tinha de se casar com uma prima que mora lá nos montes alentejanos, que quase não sabe ler nem escrever, tudo por causa dos dinheiros e das terras...ah mas ele não foi nisso, que o meu Adolfo não é por ser meu homem mas é muito fino, nem parece filho da megera...
- vai daí a comadre vem contar tudo isso ao médico?
- não que não gosto de dizer mal da família, mas bem que ela merecia, pois já não é a primeira vez que acontece, olhe da última vez comi lá uma açorda de coentros que ainda hoje não posso com o cheiro, senão fosse mãe de quem é eu lhas cantava, mas não sou vingativa e olhe comadre até já estou muito melhor só de falar consigo... sabe estou a tricotar um cachecol para oferecer à dita no Natal, era o que mais me faltava ir gastar dinheiro numa prenda, ela que passa a vida a dizer às vizinhas que lhe roubei o filho.
- olhe comadre a conversa está muito boa, mas já estou com os calores de novo, nem estou com paciência para esperar a vez, vou sentar-me na esplanada a apanhar ar...
- vá comadre e veja se dá conta do que se passa, pois dizem que a mulher do Alfredo passa lá a vida a ver se troca de marido....

natalianuno

noras...na boca das comadres...claro! XIII




ai comadre vou-lhe contar, mas que isto não saia daqui, então não é que a minha nora quase bateu no meu filho!? Não foi ele que me contou, não senhora, foi uma amiga dos dois...nem sei com que intenção, parece-me bem que com boa intenção não foi não! que acha a comadre?
- deixou-me sem fala e sem palavras tão bom rapaz esse seu filho, olhe se fosse com o meu não se dava ela bem não, este meu tem o feitio do pai, só eu mesmo para os aturar por isso não arranja quem o queira, mas olhe comadre tenho pena do seu Aníbal quem havia de dizer, bem que ela sempre me pareceu uma serigaita, nunca lho disse para não a ofender a si comadre, mas não me parece lá grande coisa essa sua nora...a mim nunca me enganou! e olhe comadre boa rês também não é essa amiga deles, quer é desacato pra ficar com ele, abra os olhos comadre qualquer uma delas não presta...ai estas raparigas d'agora!!!! pensa que elas põem um avental como nós, e deitam mãos a tudo?! não comadre querem é unhas postiças, pestanas postiças, rabos e mamas postiças, aparelhos para endireitar os dentes, olhe sabe que mais quem lhos endireitava era o meu Joaquim...ele há lá mulheres como nós!
- tem razão comadre, também assim penso, mas olhe que nem por isso temos mais sorte, porque os nossos homens estão sempre de olho nessas que mencionou e que são todas postiças, enquanto nós estamos a coser-lhe as meias e a passar-lhe as camisas a ferro ou agarradas aos tachos, andam eles a pensar sabe Deus o quê...
- sabe que mais entre marido e mulher não se deve meter a colher...e o seu filho tem pinta não é melhor que os outros, não terá a rapariga razão?
- ai que cheiro a esturro...pronto lá deixei esturrar o feijão...

natalianuno